Quão injusto está a ser, meu caríssimo e sapiente amigo. Consigo tenho concordado inúmeras vezes e nas mais variadíssimas ocasiões, mas desta vez permita-me a ousadia, não posso fazê-lo.
Não posso e pronto... Esta história, episódio, capítulo, enfim... teve este desenrolar apenas porque possui uma total inaptidão para perceber o pensamento feminino.
Repare que ir passando por uma montra e fazer um ingénuo comentário sobre um magnífico exemplar de medidores de tempo que jaz inerte, tristonho e abandonado, algures num suporte forrado de veludo azul é algo de absolutamente inofensivo. Ir dizendo, como quem não quer a coisa, que semelhante acessório combina magnificamente com tal farpela, guardada no armário, e que espera apenas o dia e local adequado para sair à rua é algo de absolutamente casual. Não lhe parece?
Ora pois, meu amigo...
Perante a sua resistência ao entendimento destas vulgaríssimas situações, achei por bem elucidá-lo sobre amelhor forma de reagir a tal procedimento:
1.º) Convide-a para jantar, de preferência, bem longe de olhares alheios ao tema;
2.º) Envolva-a num cheiro suave, mas com personalidade, exalado da sua magnífica T-shirt, durante a viagem de ida;
2.º) Envolva-a num cheiro suave, mas com personalidade, exalado da sua magnífica T-shirt, durante a viagem de ida;
3.º) Apresente-se alegre, bem disposto e palrador durante o magnânimo jantar;
4.º) À chegada ao automóvel, para dar início à reconfortante viagem de volta, forneça-a com umas duas dezenas de beijos molhados e prometedores;
5.º) Sente-se ao volante da sua máquina e atire-lhe com um "Sabes, vi uma fotografia de uma camisa muito fixe daquela mesma marca do relógio de que me falaste no outro dia. Eu que nem sou de ligar a essas tretas, fiquei fascinado. É muito bonita, a desgraçada da camisa. Agora, quando chegarmos a casa, mostro-ta e logo me dirás";
6.º ) Presenteie-a com um imenso discurso sobre governos, ministros, ordenados congelados, o dinheiro que parece que voa, etc...
Se mesmo assim a história do "Ai como é lindo o tal Guêzinho...", comece tudo de início e continue com a receita.
7.º) Assim que a apanhar desprevenida, estique-lhe a mão e com ela ofereça-lhe um embrulhito pequeno que contém uma qualquer baboseira comprada num qualquer supermercado e deixe-se levar.
Se apesar de tudo isto, nada resultar, comece tudo de início e continue a receita.
8.º) Logo que a apanhar a jeito chute-lhe com esta: "Ok, pá, dou-te o relógio se tu me deres a camisa e ainda fico a ganhar".
Experimentou tudo isto???
Não, claro que não!!!
Garanto-lhe que mulher nenhuma pensaria duas vezes...
Preferiria desembrulhar um magnífico pacote de bolachas para molhar no leite do que ter de passar na loja G mais próxima da área de residência na desenfreada procura de uma camisa pela simbólica quantia de 532€.
Ai sim, isso eu garanto!!!
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