sábado, 12 de abril de 2008

Vá lá, já não foi mau

Uma conversa entre almas:
“Epá, então do que é tu morreste?
“Eu cá não tive cá com merdas, bati uma garrafa de 605 Forte. Parecia água.”
“Fosga-se! E tu?”
“Eu? Eu morri de overdose, é um veneno fodido. Não ouvi o coelhinho. Olha, fodi-me.”
“Então e tu, que estás tão curioso?”
“Ah, eu? Eu morri envenenado pela picha.”
“Fénix, pela picha?! ‘Tás a brincar, não?!”
“Não, a sério, pela picha!”
“Mas, como é que morreste envenenado pela picha?”
“Bem, foi uma vez que estava…”
e a conversa continuou.
Andava por ali o moiral que mandava naquelas almas todas e, enquanto monologava com o, ouviu a conversa. E pensou:
“Eh lá, c’um camandro, vou já mandar este gajo p’ró Mucifal. Vou cagar na alface p’ró livre arbítrio e vou fazer uma experiência."
E zás, areja lá o sítio e espeta com o gajo no Mucifal.
O gajo quando lá chega, manda um estoiro num parque infantil que tinham acabado que construir, que fode aquela merda toda. A sorte é que só ia passando ali um nativo com umas garrafas da adega, no bucho.
“Eh lá, quase que falhas o baloiço. Mas ainda conseguiste dar uma dentada no ferro do escorrega. Vá lá, já não foi mau.”
“Cala-te lá pá, nem sabes o que me aconteceu... Morri envenenado, caí aqui e agora vou ter de pagar esta merda toda e estou a ver se consigo tirar os dentes de ouro, que ficaram aqui cravados. Não me arranjas uma turquês?”

“Aíííí´… ‘tás todo fodido! Tens a gaita na última!...Como é que isso te aconteceu?”
“Bem, foi uma vez que estava…”
e a conversa continuou.
Sabe-se que lhe foi recomendado passar uns tempos nos Bicos e que acabou por abrir ali uma loja de artesanato.
Não está mal na vida, já pagou o parque infantil e está a pensar abrir uma loja em Peniche.

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