sábado, 16 de fevereiro de 2008

Agora, que já passou!...

Para que não fira os mais sensíveis e agora que já passou, o que eu penso muito sinceramente do Dia de São Valentim!
Começando muito leve, acho que o Dia de São Valentim, dia 14 de Fevereiro, é um dia como todos os outros.
Se se comemora qualquer coisa? É verdade, comemora, principalmente para as pessoas que celebram esse dia por qualquer evento especial. Para os outros todos é o Dia de São Valentim, o Dia dos Namorados.
Para já o título Dia dos Namorados está errado! Deveria ser mudado! Esta celebração deveria ser chamada de Noite dos Namorados, que é esse o verdadeiro objectivo. Seja por casais a iniciar ou numa outra fase qualquer desse namoro. É ter uma “desculpa” para começar a chegar tarde a casa ou para outro tipo de “ilícitos”.
“- Oh pá, deixa lá a miúda, então não vês que hoje é o Dia dos Namorados e ela foi jantar com o tal rapazito e depois foram ao cinema. Blá, blá, blá…”. Diz o pai para descansar a mãe, depois de um turbilhão de inquietantes atrocidades cometidas à menina, enquanto folheava “descansadamente” o jornal.
O Dia dos Namorados é isto! É a Noite dos Namorados!
Não tem de passar por embarcar em comercializações desnorteadas e sem sentido.
Mas que coisa linda, uma almofada, em forma de coração, a dizer “I LOVE YOU”. Não é querido? Ui, até dói…
É incrível como de uma maneira geral tudo muda. Somos assaltados por toda a espécie de artigos simplesmente ridículos e idiotas para oferecer ao seu mais-que-tudo, nesta altura
Um descascador de batatas em forma de coração, sempre, azul para os meninos e cor-de-rosa para as meninas e que, quando a batata está bem descascada, emite o som de um orgasmo com o nome do outro. Eheh, que coisa parva!
Almofadas várias em forma de coração ou não, em todas as cores, a dizer “ai lâv’iu” em todas as línguas civilizadas, até na nossa.
Porta-chaves, isqueiros, t-shirts, latas de bombons, relógios temáticos, cuecas, jantares todos rócócós e hotéis lélés, com direito a passadeira vermelha, violinos e champagne (a parte da lingerie e da fruta no quarto pode ficar, pode a malta estar mais inspirada).
As floristas a abarrotar de totós a comprar um arranjo ou uma porra qualquer que tenha umas ervas lá no meio.
As perfumarias atascadas de malta à procura de satisfazer o olfacto do parceiro. “Então posso ajudá-la? Tem uma ideia do que procura? É para o seu namorado?” pergunta o empregado da perfumaria “É sim. Obrigado, mas estou ainda a ver.” Respondem elas. Não fazem ideia do que procuram. Vão impingir um “aroma” qualquer ao desgraçado que lhe cai a matar e depois admiram-se quando perguntam num jantar qualquer “Então já não usas o perfume que te ofereci n’O Dia dos Namorados?”, o gajo responde “Acabou…” ou “É só para variar…”, quando lhe apetece responder “Perfume? Chamas àquilo perfume? Pensava que fosse uma porra qualquer para a dar cheiro à casa.”
Por muitas voltas que possam dar, tudo isto vai dar ao mesmo, por “obrigação” ou não: mostrar à cara-metade os nossos afectos.
Será que é por se gastar mais dinheiro que se demonstra mais? Ou que se têm mais afectos? Será?
Então havia por aí muita malta, na qual me incluo, que não estava a ser honesta, ou então, estávamos fodidos.
Se assim for, nem pensem sequer em rabiscar uma frase sentida, num papel de rascunho qualquer e aparecer com uns pastéis de nata, ao serão. Nem que o façam com frequência, nem todos os dias.
Se assim for, é chato um gajo vai ter de embarcar nessas bichanices todas. Isso sim, pode ser uma coisa fodida! Temos sempre a esperança que não.
Se não olha: “Ai meu amorzinho, preferes sentar-te antes naquela mesa cor-de-rosa, é mais romântico”. E outras bichanices afim.
Daaaaasse.

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