
Sermos galardoados com uma visão total ou parcial de uma mulher é, na maioria das vezes, uma graça concedida. Sim, e digo na maioria das vezes porque nem sempre a visão é uma graça. Por vezes é uma visão aterradora, um “presente” envenenado, a visão do apocalipse.
Quando isso acontece não há muito a fazer, basta conformarmo-nos com a certeza do que não se pretende. Não adianta muito tentarmo-nos auto-convencer, da pouca gravidade do assunto, sem grandes resultados “Pronto, até nem foi assim muito mau…” ou “Ah, coitada da moça, estava distraída.” ou ainda “Pode estar num daqueles dias…”. Viu-se, ‘tá visto! Azar!
É claro que quem nos brinda, não incorre numa agressão premeditada à nossa libido, não tem culpa daquilo que a generosidade da Natureza lhe reservou, nada disso. A Natureza foi generosa, pelos vistos, mas em volume, ao ponto das usuárias serem “obrigadas” a transportar os seus glúteos e afins, dentro de uma mistura de pára-quedas e tenda de campanha. Não é agradável, confesso.
Em oposição e para me acalmar, reclamei a mim recordações diversas de, infelizmente ainda curtos, momentos de contemplação a conteúdos de outros “departamentos”, bem mais agradáveis, circundados de uma ousada mistura entre asa-delta e fio de pesca.
Como contribuição para este exercício de autêntico armistício, podemos sempre dirigirmo-nos a uma daquelas “grutas dos 40 ladrões” (qual placebo) e, com as medidas nas mãos e na "ponta da língua", abusar da amabilidade da menina, anunciando, em trejeito de juízo final “Olhe, acho que me vai apetecer despir este conjuntinho aqui. É 34, copa C? Se é, quero esse. E aquele ali, e o outro ali também e já agora traga-me também o outro…”.
Agora pensem comigo, é mais seguro e agradável conduzir uma asa-delta, do que sermos arrastados por um pára-quedas.
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